Júri de trio acusado pela morte do advogado Eliel em Mossoró é iniciado em Natal

Júri de trio acusado pela morte do advogado Eliel em Mossoró é iniciado em Natal

Julgamento começou na manhã desta terça-feira (12), com expectativa de durar quatro dias.

Começou nesta terça-feira (12), em Natal, o júri popular dos três acusados pela morte do advogado Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, assassinado no dia 9 de abril do ano passado em Mossoró, no Oeste potiguar.

Apesar de o crime ter acontecido na região Oeste do estado, o júri ocorre em Natal, capital do Rio Grande do Norte. A sessão começou por volta das 9h15 com o sorteio dos 7 jurados, entre os 21 convocados. A expectativa é de que o julgamento dure quatro dias.

Dois réus participam do julgamento em Natal. No entanto, o terceiro, Francisco de Assis Ferreira da Silva, participa por videoconferência, por estar internado com tuberculose, segundo a defesa.

Outras testemunhas irão participar do julgamento também de forma virtual. Caso de Lucas Emanoel, namorado de Eliel, que irá falar à Justiça na condição de testemunha e vítima.

O crime

Na noite de 9 de abril de 2022, Eliel Cavalcante Júnior morreu após ser vítima de pelo menos nove disparos de arma de fogo. Ele estava conversando com seu namorado, Lucas Emanoel Pereira, na calçada do condomínio em que Lucas morava no bairro Boa Vista, em Mossoró.

Após a conclusão do inquérito policial, o Ministério Público do RN apresentou denúncia contra Ialamy Gonzaga, Francisco de Assis Ferreira da Silva e Josemberg Alexandre da Silva pelo homicídio qualificado contra Eliel Júnior e a tentativa de homicídio qualificado contra Lucas Emanoel. Entre os qualificadores, o meio que dificultou a defesa da vítima e o motivo torpe.

Em julho deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte decidiu, por unanimidade, transferir o júri popular dos três acusados pela morte de Eliel Júnior e pela tentativa contra Lucas Emanoel, da comarca de Mossoró, cidade onde aconteceu o crime, para a comarca de Natal.

O pedido foi feito pela defesa dos réus, que alegou a grande repercussão da mídia local e o envolvimento da sociedade mossoroense como fatores para uma possível decisão influenciada no julgamento. Após parecer favorável por parte do juiz Vagnos Kelly, o mesmo que determinou que o caso fosse levado a júri popular, foi decidido que o caso seria decidido no Fórum Municipal de Natal.

“A gente trouxe esse processo para Natal porque ficou evidenciado com todos os elementos juntados nos altos que os jurados de Mossoró estavam parciais. O juiz da causa tem que ser imparcial. Esse é um direito que todos os cidadãos têm, do mais virtuoso ao menos virtuoso”, afirmou Carlos Dantas, advogado de Ialamy Gonzaga.

O crime

Ialamy Gonzaga, Francisco de Assis e Josemberg Alexandre irão responder pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. Na investigação, a Polícia Civil aponta que Eliel e Lucas podem ter sido confundidos com ladrões.

Por volta das 21h40 do dia 9 de abril de 2022, Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, estava com seu namorado, Lucas Emanoel Pereira, na calçada do condomínio em que ele morava, na rua Francisco Bernardo, no bairro Boa Vista, em Mossoró.

Neste momento, dois homens identificados como Francisco de Assis Ferreira da Silva e Josemberg Alexandre da Silva, abordaram o casal. De acordo com a investigação da Polícia Civil, por acreditar ser um assalto, Eliel e Lucas jogaram pertences para dentro do condomínio e tentam se esquivar.

Do outro lado da rua, após ser acionado por Francisco e Josemberg, Ialamy Gonzaga, conhecido como Júnior Preto, que estava armado com uma pistola 9 milímetros, efetuou dois tiros, um contra Eliel e outro contra Lucas.

O casal correu para fugir do local para escapar dos tiros. Enquanto Lucas foi para um lado da rua, Eliel foi pelo lado contrário onde foi perseguido pelo trio. Aos gritos de “pega ladrão” por parte dos réus, um popular segurou Eliel e mais tiros foram disparados.

Segundo a defesa de Eliel, ele foi atingido por nove tiros. Um tiro atingiu a perna do popular que o rendeu no momento da corrida e os outros dois foram efetuados contra os dois após a abordagem, totalizando 12 tiros, capacidade total de munições da pistola que estava com Ialamy.

G1 R/N

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