RN já tem hospitais registrando falta de oxigênio

A pandemia da Covid segue se alastrando cada vez mais pelo Rio Grande do Norte, a exemplo do que acontece no resto do país. Mesmo com a abertura quase diária de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a oferta tem sido sempre abaixo da demanda pela velocidade com que tem surgido novos casos diariamente.

A média diária de pedidos de internação oscila entre 130 a 150. O registro de óbitos chegou a números superiores ao que ocorreu entre julho e agosto do ano passado, quando tivemos, até então, o momento mais grave da pandemia no Estado. As mortes confirmadas tem ficado em cerca de 200 por semana.

Para piorar a situação, está começando a faltar oxigênio em hospitais de algumas cidades potiguares, como em Extremoz e Ceará-Mirim, que tiveram escassez desse importante suprimento hospitalar ontem.

Levantamento feito pelo Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Rio Grande do Norte (COSEMS/RN), que de 117 municípios pesquisados, em 11,11% deles a oferta de oxigênio é menor que a demanda.

O COSENS/RN divulgou nota pública sobre o assunto acrescentando que já “encaminhou ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e à Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN) comunicando sobre o possível colapso no abastecimento de oxigênio ao mesmo tempo em que cobrou medidas viáveis para solucionar o problema”.

Veja a nota do COSEMS/RN

“O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Norte (Cosems-RN) torna pública, nesta sexta-feira (19), a situação a aquisição de oxigênio nos municípios potiguares. No levantamento, realizado entre os dias 17 e 18 de março, pelo próprio Conselho, através da plataforma Google Forms, participaram 117 municípios, ou seja, 70,05% dos municípios do Estado.

Foi possível observar que 59,82% dos municípios respondentes já receberam sinal de alerta de fornecedores sobre a possível dificuldade em abastecimento de oxigênio. Outros 11,11 % de municípios já sinalizaram que o estoque de oxigênio já é insuficiente para atender a demanda atual. Apenas 29,05% de municípios sinalizaram não haver dificuldades com o estoque de oxigênio.

O monitoramento também apontou que, atualmente, 54,2% dos municípios respondentes já estão com dificuldades em comprar oxigênio, que 84,7% não possui sistema de gases canalizados, que 97,7% não possuem tanques de oxigênio e que 88,5% têm necessidade em aumentar o número de cilindros em suas estruturas.

O Conselho de Secretarias Municipal de Saúde do Rio Grande do Norte reforça a grande dificuldade em que os municípios potiguares estão passando nesse momento crítico da pandemia, que se agravará, ainda mais, com a concretização do não fornecimento de oxigênio pelos fornecedores.

Este Colegiado já encaminhou demanda ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e à Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN) comunicando sobre o possível colapso no abastecimento de oxigênio ao mesmo tempo em que cobrou medidas viáveis para solucionar o problema.

Até o presente momento a vida de 4 mil norte-rio-grandenses foram perdidas em virtude da pandemia de COVID-19 causada pelo novo coronavírus”.

MARIA ELIZA GARCIA SOARES (PRESIDENTE DO COSEMS-RN)

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