Primeiros 100 dias da Gestão Allyson são marcados pela estagnação administrativa
Por Fabiano Souza
Ao assumir a cadeira de prefeito de Mossoró, há 100 dias, Allyson Bezerra (Solidariedade), também assumiu o controle sobre uma fortuna em recursos para aplicação em projetos aprovados, preparados para realização de licitações ou com ordem de serviço já assinadas (prontas para o início das obras), além de obras já em andamento. No entanto, o que se tem observado até agora é uma gestão emperrada e uma engrenagem que pouco funciona. A maior preocupação do prefeito tem sido com sua imagem pessoal (postagens em suas redes sociais), e a busca de culpados pela sua inércia e inexperiente administração.
Allyson pegou a PMM com nada menos que R$ 146 milhões oriundos do Programa de Financiamento à Infraestrutura e Saneamento (FINISA) e mais R$ 35.630.254,53 de emendas parlamentares do deputado federal Beto Rosado (PP).
Estes recursos foram encaminhados pelo deputado, para investimento em obras de infraestrutura em Mossoró, uma delas a construção da Unidade Básica de Saúde(UBS) Duoclécio Antônio de Medeiros, no bairro Costa e Silva, que foi inaugurada no último dia 8 pelo atual prefeito. No entanto, a origem dos recursos e o responsável pela emenda foram ignorados por Allyson, que pegou a obra 99% concluída pela gestão passada e reivindicou a autoria da obra.
Além disso, o prefeito dispõe de R$ 44 milhões para investir em obras à escolha dele, que até agora não foram iniciadas. Os recursos já estão disponíveis nas contas do Município, desde que o gestor assumiu.
Dos recursos do FINISA, conquistados na gestão Rosalba Ciarlini (PP), R$ 32.076.213,20 foram investidos em obras já concluídas pela administração da ex-prefeita, como a construção de três Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Centro Especializado em Reabilitação (CER), três Creches Proinfância, CRAS, e diversas ruas asfaltadas e pavimentadas.
Há quase R$ 70 milhões destinados para obras que estão em execução, como pavimentação de mais 90 ruas, sistema de esgotamento sanitário, conclusão de duas UBSs, construção de quadra escolar, reforma do Museu Histórico Lauro da Escóssia, reforma do Mercado Bom Jardim e muitas outras. Há ainda R$ 8.813.100,51 destinados para obras com licitações asseguradas como a reforma da Praça de Convivência, Memorial da Resistência, construção do CRAS do bairro Abolição, academia da saúde nos bairros Nova Mossoró, Assentamento Favela e Maísa.
A ex-prefeita Rosalba deixou prontos, com recursos assegurados pelo FINISA, para serem licitados pela próxima administração, no valor de R$ 36.329.323,21, projetos para restauração do Teatro Dix-huit Rosado, reforma da COBAL, restauração da Biblioteca Ney Pontes, reforma da Estação das Artes, reformas de prédios das secretarias, construção da Arena Cultural, construção do Hospital Psiquiátrico, construção da ponte da Ilha de Santa Luzia, da Praça Dom João Costa, reformas de UPAs, reforma do Centro Clínico Vingt Rosado – PAM Bom Jardim, e várias outras ações.
Já em relação aos R$ 35 milhões de Beto Rosado, são R$ 27.739.466 com licitações asseguradas para obras de pavimentação de 180 ruas. E mais R$ 7.890.788,53 com projetos prontos para serem licitados este ano pela administração da PMM para recapeamento asfáltico completo da Av. Alberto Maranhão e construção da Casa da Mulher Brasileira.
São R$ 1.560.000 para construção da Casa da Mulher Brasileira e mais R$ 7 milhões para Bacia 2 garantindo o saneamento do bairro Abolição 5, Santa Delmira, Redenção, Wilson Rosado e Integração.
Obras paradas
Depois de 100 dias de gestão, e todos os recursos e projetos disponíveis, o que se questiona ao prefeito Allyson Bezerra é: Onde estão sendo aplicados esses recursos? Podemos citar por exemplo a demora para inauguração da UBS, Jardim das Palmeiras. Os recursos já estão em conta, a obra estava em pleno andamento e já deveria ter sido concluída.
Continuando na área de saúde, ainda não foi feita a licitação para construção da UBS no bairro Nova Mossoró. Importante obra de anseio da população que já deveria ter sido licitada e iniciada. A obra de reforma do Centro Clínico Vingt Rosado (PAM), que está com o projeto pronto para ser executado também não saiu do papel. Assim como do PAM Odontológico, que está pronto para ser executado, mas o prefeito ainda não assinou.
O que aconteceu com a reforma do Museu Lauro da Escóssia? Tem recursos assegurados pelo deputado Beto, mas a obra foi paralisada.
Outra obra que já deveria ter sido realizada, tendo inclusive gerado polêmica antes das eleições é a do muro do cemitério. A ex-prefeita fez a desapropriação, com recursos do FINISA para construir. O projeto estava pronto, faltando apenas a licitação, no entanto nada foi feito nos últimos 100 dias.
O que ocorreu com a licitação para a realização de um antigo sonho dos moradores que residem na Avenida Dom Helder, que é um prolongamento da Avenida, Rio Branco e beneficia, os moradores dos bairros Aldo da Conceição, Belo Horizonte, Alto do Xerém, seria totalmente pavimentada? Essa licitação já havia sido publicada a atual gestão cancelou, e não publicou uma nova licitação. Será que os moradores desses bairros vão ficar sem essa obra?
Outra importante obra engavetada pelo atual prefeito de Mossoró, e da nova ponte da Ilha de Santa Luzia. O novo projeto foi realizado com redução de gastos em relação ao que havia sido feito pela gestão anterior a administração de Rosalba Ciarlini. Esse projeto se encontra concluído, recursos assegurados, faltando apenas a publicação no Jornal Oficial do Município(JOM), no entanto em 100 dias, não foi publicado.
O prefeito de Mossoró também deixou de publicar nesses primeiros 100 dias, a licitação das seis academias da saúde, asseguradas com recursos do deputado Beto Rosado. As academias seriam instaladas na Maisa, Nova Mossoró, Favela, no sentido de melhorar a qualidade de vida dos moradores dessas localidades, no entanto, sem licitação nada foi feito.
Outra obra que já poderia ter sido concluída, e entregue a população, a Creche do Planalto 13 de Maio, mas o prefeito parece não ter a mínima pressa em concluir, sendo então mais uma obra deixada em fase de conclusão pela gestão passada, punindo a população, em nome do seu ego.
De acordo com informações colhidas pela reportagem, a obra da creche, já se encontrava com mais de 90% concluída e já deveria ter sido entregue.
Já as obras da Creche Proinfância do bairro Odete Rosado e da quadra coberta do Jucuri, não foram iniciadas.
Outra importante obra ignorada pela atual gestão envolve a reestruturação da Praça de Convivência que faz parte do complexo da Rio Branco. O projeto envolve não apenas a melhoria da infraestrutura, mas também a gestão desse importante equipamento do turismo e diversão no centro de Mossoró. Além disso, a licitação da recuperação do Memorial da Resistência que já teve a licitação publicada. Então, diante de tudo isso, o que se pode questionar, é que talvez falte a atual gestão, habilidade agilidade e competência para implantação desse projetos.
O projeto de construção da Arena Cultural na Avenida Rio Branco, é outro projeto que parece ter sido esquecido, ou simplesmente ignorado pelo prefeito de Mossoró. Esse importante equipamento cultural deveria ser construído para as apresentações de quadrilhas juninas no período do Mossoró Cidade Junina (MCJ), e fora desse período para uso pela população para apresentações de projetos de danças.
Ainda estão sem respostas do prefeito Allyson as licitações do projetos do Hospital Psiquiátrico de Mossoró, e de recuperação da Estação das Artes Eliseu Ventania, entre outros que continuam aguardando o parecer do chefe do Executivo municipal.